sexta-feira, 29 de junho de 2007

Imortal

Certas noites eu realmente saia de casa como se fosse minha última noite na terra, poucos, realmente poucos sabem o que é isso. Se despedir de todos mentalmente e entrar no carro. Fiz isso tantas vezes que percebi meu destino


Imortal

Talhado pelo tempo, temporal de palavras,
Mudo, surdo e cego, navego no teu dorso
Meu nome do meio, alheio, vago
Nem tudo que devo eu pago, mas antes
O que quer que eu queria que fosse
Não foi….descarrilhar vagões no meio da noite
Fiz isso por anos a fio, sem testemunhas
Nem vou começar a contar…Deus morreria de vergonha
O Diabo morreria de vergonha, imagine EU!
Na verborragia encrustada neste mar digital
Sou mais um, mas não serei por muito tempo
Meu lugar predestinado ao sol está guardado antes
Do meu nascimento. Sugarei a seiva bruta que
Me levará a lugares frequentado por poucos
Farei um colar com as pérolas que foram jogadas
Aos porcos e com ele sairei de madrugada
Enfileirando putas travestidas de meninas
(ou seria o contrário)
Negarei três vezes o rótulo de beatnik
Antes de o galo cantar…
Minha estória não cruza este caminho
Tudo que me orgulho (ou me envergonho)
Fiz sozinho
No rumo que tracei, vi poucos vingarem
Na onda envolvente da luxúria que varria minhas
Madrugadas, excessos e acasos faziam minha sorte
Por muitas vezes meti no cú da morte
Conto aqui não minhas estórias
Essas não cabem em poesia
Relato apenas que sobrevivi
Pra quem achou que não sobreviveria

2 comentários:

Anônimo disse...

Sobreviventes. Me considero uma também, Ernesto.

Tantos anos e tantas loucuras, que só de estar por aqui já somos vitoriosos. Quantos dos nossos (amigos, amantes, amores, conhecidos) já se foram.

Seu Blog está lindo. Você escreve muito bem. Parabéns pelo bom gosto!

Abço,

Cláudia Kich

Anônimo disse...

Vc é um cara estranho meismo Zé...
mano..muito legal essa nova..bom, prá mim é nova..
continue essa besta fera dos infernu que tu és mano!
Parabéns e abrax!