quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Devo não nego



Bom, lá vai mais um texto sobre a "época da loucura" se é que ela acabou...


Devo, não nego

Por Ernesto Albuquerque



Ainda devo `a todos os que me ouviram
`A todos que guardaram meu carro até tarde da noite
`A aqueles que compartilharam momentos
De iluminação
Ainda devo explicações `a aqueles que
Não me compreenderam
E como eu devo aos garçons que
Me atendiam prontamente
Ainda devo resposta para todos
Os que me perguntaram algo
Quando eu não prestava atenção neles
Ainda devo `a minha mãe
Pela minha falta de prudência
Quando eu dizia pra ela que ao sair
Seria prudente
Ainda devo muito
`A todos aqueles que acreditaram em mim
Certamente devo visitas `aqueles que eu disse
Que no outro dia estaria lá sem falta
Devo não nego
Devo explicações `a todas as mulheres que eu
Disse que ligaria e nunca liguei
Devo ainda embasamento para todas as teorias que formulei
Nos bares e botecos por onde andei
Devo mais que isso
Devo tanto a mim mesmo
Por não ter sido ainda um décimo do que
Prometi que seria quando jovem
A impressão que tenho é que
Devo ao mundo inteiro
Devo ainda 480 reais ao Marquinhos
Dono do puteiro