segunda-feira, 23 de junho de 2008

Vai(Dei)dades

Arte de David Ho



Egos aos quilotons, masmorras moralistas
Cânticos e preces nunca satisfizeram
Nunca acalmaram…sacrifícios…em vão
Mártires, martírios, puros delírios
Tudo que lhe derem com uma mão
Com a outra lhe tiram
No início era o verbo, a palavra em movimento
Do caos ao caos, do pó ao pó
Todos os deuses tem a mesma origem
Todo santo, todo sacrificado é melhor virgem
Humildade somente para aqueles que obedecem
E devem obedecer, senão…as chamas, o inferno
As chamas, as chamas, o calor….humano
Demasiado humano…
Nações criadas em torno de mitos
Vidas nunca realmente vividas
Igrejas lotadas, aos gritos
Nunca se sabe, nunca se soube
O abuso de poder sobre o medo do homem
O medo do sucesso por próprio mérito
O medo de operar milagres
Todo dia até hoje alguém ainda cai nessa
Bengalas com barbas brancas e tronos dourados
Bengalas, nada mais que bengalas


Ernesto Albuquerque

3 comentários:

Paulo Castelo Branco disse...

"Vidas nunca realmente vividas
Igrejas lotadas, aos gritos
Nunca se sabe, nunca se soube
O abuso de poder sobre o medo do homem"
Faz um tempo que não lia algo tão bom. Parabéns!

Unknown disse...

muito bom o poema, adorei,,,bjssssss divina

Mano Negra disse...

"Todos os deuses tem a mesma origem"

realmente...

Estas de parabéns pelo texto meu caro.